01 outubro 2008

Mamma mia!

Gosto do Abba. Desde meu primeiro contato com a banda, no filme O Casamento de Muriel, fui seduzido pelas músicas deste quarteto. Na semana passada, fui ao cinema ver Mamma Mia!, filme baseado no musical que há anos lota os teatros por onde passa (infelizmente, pra variar só um pouquinho, ainda não veio para o Brasil).

A história é sobre uma garota que acha um velho diário de sua mãe e descobre três candidatos para ser seu pai. Alguns dias antes de seu casamento, ela chama os três para a cerimônia, esperando que, ao vê-los, decifre quem é seu pai de verdade, informação que sua mãe nunca lhe deu.

É um filme bem água com açúcar, mas divertido. O mais legal é ver como as autoras conseguiram encaixar as músicas do Abba no meio da história, dando sentido para toda a trama. O cenário é uma ilha grega – muito mar azul.


Meryl Streep me surpreendeu. Canta (até que bem), dança, pula em cima da cama, chora, faz bico... Muita atriz por ai deveria ter pelo menos um décimo do seu talento.

Estão lá músicas como Waterloo, Gimme Gimme Gimme, Dancing Queen, I Do, I Do I Do e, lógico, Mamma Mia! Sai do cinema cantando. Talvez este tenha sido o objetivo do filme, um simples analgésico para a correia do cotidiano. Funcionou.

Perplexidade

Assisti há alguns dias Ensaio sobre a Cegueira no cinema, filme do Fernando Meirelles baseado na obra de José Saramago. Não sei dizer, ainda, se gostei ou não do filme. Sai do cinema perplexo, chocado, como se tivesse tomado uma porrada na cara. E que porrada! Acho que não ficava assim desde que assisti Crash.

Pra quem ainda não sabe, Ensaio fala sobre uma epidemia de cegueira que começa a dar nas pessoas de uma grande megalópole não identificada. Aos poucos, a “doença” se espalha, sem respeitar classes sociais, profissões ou qualquer outro rótulo social.

Numa atitude desesperada, o governo do país resolve exilar os doentes em um hospital, abandonando-os. Dentre todos os infectados, uma mulher enxerga – Juliane Moore, em um papel extremamente emocionante.

Das brigas entre os integrantes das alas dos prédios, a história mostra até onde o ser humano é capaz de descer. Como não deve ser surpresa, boa parte do filme é uma viagem ao inferno, com situações extremas e que mostram o ser humano realmente como um bicho – que realmente somos. Daí, talvez, a perplexidade: a tão aclamada civilização está em uma corda bamba, pronta para cair, dependendo apenas de um empurrão. Saramago , com sua cegueira, deu apenas um assopro. E ela se estatelou no chão...