14 dezembro 2006

Have you confessed?

E de repente, a chuva trouxe Madonna para o meu quarto... Calma! Não ache que eu comecei a escrever a continuação daquela famosa música da Madonna ali parada no jardim, do (saudoso) Raimundos. Muito menos tenho uma cachorra chamada Madonna. Estou falando da cantora. Sim, ela. Não em carne e osso – o que não seria nada mal já que mesmo beirando os 50, ela está perfeita! – mas pela HBO. Estava preso num quarto de hotel, com um temporal devastando a cidade, zapeando a TV quando me deparei com a cena inicial do novo show da cantora. Lógico que fiquei ali, extasiado. Que sorte a minha! Já que ela simplesmente ignorou o Brasil em sua nova turnê, nada me restou a não ser ver pela TV.

É incrível como toda vez que eu vejo um show da Madonna eu fico embasbacado. Sinceramente, aquilo sim é que se pode chamar de show e não o que vemos por ai. Luzes, coreografias, cenário, música, mensagens. É uma verdadeira miscelânea de fatores, meticulosamente calculados e encaixados que, juntos, transformaram a turnê Confessions na mais bem sucedida de todos os tempos (leia-se: faturamentos estrondosos e lucros absurdos).

O show começa com Madonna, vestida toda de preto numa roupa de amazona, saindo de um enorme globo, todo espelhado, ao som de "Future lovers". Depois, já vem "Get together". Aliás, o show todo é praticamente com músicas do último álbum de estúdio, "Confessions on a dance floor". Das outras fases estão presentes "Like a virgin", "Ray of light", "Erotica", "Music", "La Isla Bonita" (numa versão insuportavelmente alegre e festiva). E claro "Live to tell", onde Madonna protagoniza a cena mais polêmica deste show: pendurada num grande crucifixo de cristal, ela canta a música com uma coroa de espinhos na cabeça. A performance acontece logo após três histórias serem narradas e encenadas por seus bailarinos. Durante a música, um contador roda rapidamente no topo da cruz, parando no número 12.000.000, seguido de uma explicação: 12 milhões é o número de crianças órfãs que existem atualmente na África. Aparecem também, no mega telão existente no palco, dois endereços de sites para que as pessoas acessem, um dos quais sobre uma ONG do país que Madonna escolheu para adotar uma criança, fruto do seu mais novo "escândalo" internacional (ao meu ver, totalmente desnecessário, já que defendo a idéia de que, apesar de todos os pesares, ela está salvando – literalmente falando – uma vida).

Um dos destaques da apresentação é a versão de "I love New York", misturando a versão dançante do álbum "Confessions" com as guitarras pesadas da versão de "I’m gonna tell you a secret", álbum ao vivo da cantora lançado neste ano. Também vale ressaltar a quase homenagem que Madonna faz a John Travolta com o seu clássico terninho branco quando canta "Music" numa versão disco. No mais, "Sorry" e "Hang up" repetem as idéias e coreografias dos clipes. Aliás, Madonna adotou pra valer o parkour, esporte francês onde os praticante pulam de um lado para outro, nas ruas, superando obstáculos.

Sobre a parte técnica, achei impressionante o chão iluminado com elevadores que parecem tragar as pessoas – não estou brincando: a impressão que se tem é absolutamente esta! E o telão atrás do palco mostra imagens que, por vezes, parecem saltar e envolver a cantora...

Se você perdeu a transmissão da HBO, não fique triste: está programado para janeiro um CD e DVD com o registro da turnê, assim como ela fez com o show anterior, que se tornou o projeto "I’m gonna tell you a secret". Aguarde, compre e confira. É um espetáculo, literalmente falando.

01 dezembro 2006

Let the sunshine



Finalmente, eu assisti! Digo finalmente pois fiquei frustrado quando lançaram "Pequena Miss Sunshine" só nas salas de São Paulo! Tive que ir até à capital para ver, na telona, um dos filmes mais cativantes dos últimos tempos.

Confesso que já assistiria o filme simplesmente pelo fato da Toni Collette estar no elenco. Apaixonei-me por esta atriz australiana em "O Casamento de Muriel" e, depois disso, tudo aquilo que ela aparece eu estou lá, na fila da bilheteria – já falei muito bem dela no post sobre o filme "No Seu Lugar", logo abaixo. Outra coisa que me faria assistir era o cartaz, exibido nos cinemas: uma Kombi amarela, sendo empurrada pelo elenco, com um fundo amarelo – lembra o cartaz de Kill Bill.

Assim que lançou, fui correndo ler as críticas. Todas boas! Que bom! Quando eu consegui ver o filme, que surpresa a minha: a crítica tinha acertado. O filme, realmente, era muito bom. Para quem nunca ouviu falar, ele mostra a história de uma família que decide cruzar o país para levar a filha mais nova até à Califórnia para participar de um concurso de beleza infantil. No meio do caminho, vários contratempos ajudam a família a se conhecer mais a fundo.

Um dos momentos que eu mais gostei do filme é quando um dos personagens diz que a vida é cheia de concursos de beleza, um trás do outro. Seja no trabalho, na rua, na família, sempre você estava disputando com alguém. Pesado, né?! Mas o filme é de uma leveza singular. Let the sunshine.

Ah, a Kombi é uma das personagens mais engraçadas e inesperadas do filme. Não entendeu meu comentário? Quando você assistir a fita, vai entender com certeza.

Vale assistir: Pequena Missa Sunshine – ainda em cartaz em São Paulo no HSBC Belas Artes, Kinoplex, Lar Center e Reserva Cultural