05 fevereiro 2008

Ela quer que o mundo dê certo. Que bom!

Acabei. E gostei, muito! Mas tudo normal: como eu não gostaria de um livro escrito pela vocalista da minha banda preferida? Estou falando do "Nunca subestime uma mulherzinha", escrito pela Fernanda Takai e publicado pela Panda Books. Para quem não conhece, Fernanda é vocalista do Pato Fu e acabou de lançar um cd solo elogiadíssimo "Onde brilhem os olhos seus", com músicas da Nara Leão.

Como diz Zélia Duncan no prefácio escrito carinhosamente para o livro: "Fernanda faz parte do seleto e indispensável grupo de pessoas que acredita e trabalha para o mundo dar certo". Eu concordo. Seus textos são sinceros, mas com uma leveza que só ela poderia imprimir. A mesma leveza com que ela canta no palco.

Ao ler o livro sinto que, mesmo retratando pequenas tragédias e desilusões do dia-a-dia, a delicadeza não some, apesar da mensagem ser transmitida e entendida. Fernanda escreve bem. As letras das músicas já eram uma prova disso. Não é um texto cheio de frufrus ou extremamente requintado. É um texto simples e direto. Ao ponto.


O livro é uma coletânea de contos e crônicas publicados semanalmente em um jornal de BH (não me lembro exatamente qual). Falam de tudo: de sua história pessoal, da história de outras pessoas, de histórias inventadas. Aliás, uma das que eu mais dei risada é a da menina que cresceu ouvindo sua mãe aconselhar que usasse sempre uma calcinha bem bonita pois nunca se sabe o que pode acontecer na rua... Vai que um carro atropela e a menina é levada ao hospital!


Outros textos são pequenas confissões sobre o que a Fernanda pensa do mundo. Sobre o que adultos falam para crianças sem nenhuma responsabilidade. Sobre o descaso com que algumas empresas monopolistas tratam seus clientes (nós, no caso). Sobre a dificuldade de ser diferente em um mundo que prega o respeito mas, que no fundo, não admite uma cor destoante ou, simplesmente, um corte de cabelo diferente... Vai entender.


Fernanda juntou tudo isso nesta coletânea, divididas em capítulos-temas. É uma leitura, rápida, divertida... Mesmo assim, faz refletir sobre muita coisa.


Ah, e pode ficar com inveja: meu livro foi autografado pessoalmente. Valeu a pena enfrentar todo o trânsito caótico de São Paulo... (leia o post abaixo para entender
).