18 janeiro 2009

Vida longa à rainha!

E quem disse que no Brasil não tem furacão? Pelo menos nos últimos três meses do ano passado o país foi assolado pelo fenômeno Madonna. Eram milhões de notícias, diariamente. Uma simples espiada pela janela do hotel era digna de manchetes e mais manchetes. Bom, mas confesso que prefiro mil vezes este tipo de notícia do que aquela tonelada de desgraças que infestam diariamente os meios de comunicação brasileiros – quanto pior, melhor.

Voltando à Madonna, acabei indo em dois shows da véia em São Paulo (junte um evento único e uma namorada fanática, dá nisso). O primeiro, no dia 18 de dezembro, e o segundo no dia 21. Antes disso, a compra do ingresso: aquele caos, que já se esperava. Passei a madrugada acordado tentando acessar aquele site que não dava sinal de vida. De manhã, consegui ligar na central e falei com o atendente. A euforia foi tão grande que não consegui segurar a empolgação ao falar com o cara do outro lado da linha: “Ah, não acredito”. Afinal, fazia quase oito horas que eu estava tentando, tentando, tentando... Para o segundo show, a compra foi bem mais tranqüila. Quem fez foi minha prima, por telefone também.

No primeiro show, foi tudo perfeito: entrada sem tumulto, lugar bacana perto do palco, nenhum sinal de chuva... Exceto a apresentação de abertura daquele DJ, que foi uma furada. Qualquer show ali teria animado bem mais. Às 22h, se não me engano, começaram as projeções do início do show. E que show! E que mulher. Ela pula corda, agacha, levanta... Confesso que eu travaria na primeira tentativa de imitá-la, indo direto pro hospital.

Li algumas críticas que disseram que o público não recebeu bem o show. Acho, então, que quem escreveu não estava no mesmo show que eu. O povo estava delirando, pulando. Muitos casais, pessoas mais velhas, tudo muito tranqüilo. O ponto alto, óbvio, foi Like a Prayer, que levou a galera a um surto coletivo de felicidade. Para mim, o que mais gostei, foi o conjunto romeno cantando La Isla Bonita. Foda!

No show do domingo, exatamente tudo igual ao de quinta, exceto o set list do DJ, que ele deu uma modernizada, e algumas palavras da Madonna sobre aquele ser último show da turnê mundial, com direito a um choro. Preferi quinta: domingo tinha chovido absurdamente e ela demorou quase duas horas para entrar no palco. Segundo o que li depois, havia uma central meteorológica atrás do palco que garantia que depois das 22h não haveria chuva. Por isso, o atraso. Acabei ficando num lugar pior que quinta e só conseguia enxergar o palco na ponta do pé – ele poderia ser meio metro maior, era o que mais se ouvia do povo. Eu sou um cara alto, imagine o restante do povo, o que sofreu...

De qualquer forma, um show foda, pra ficar na história e na recordação. Confesso que este último CD da Madonna não é o meu favorito, prefiro bem mais o anterior (sem falar em Ray of Light). Assim como preferi o show anterior, que vi pela TV (até fiz um post na época, qdo assisti pela primeira vez na HBO). Como disse uma crítica da Folha, Madonna não faz um show e sim um musical. Tudo é friamente calculado (parodiando Chapolim) e repetido à exaustão. Mas é um puta show, desculpem a palavra. Único, se posso usar esta palavra.

O que ajudou muito foi todo o pessoal que foi com a gente, muitos amigos,o que tornou toda a experiência mito mais sensacional e singular.

A véia, como carinhosamente todo mundo passou a chamá-la, merece tudo o que tem. Sua voz não é seu ponto forte, concordo, mas ela é uma artista que precisa, sem dúvidas, ser reverenciada como rainha do Pop. Vida longa à rainha!