08 dezembro 2008

Bolhas únicas

Semanas atrás estava escutando o Pânico, pela Jovem Pan. Estava lá, sendo entrevistada, a Denise Fraga falando sobre sua peça de teatro em cartaz em São Paulo. O papo foi muito além disso e chegou a um tom reflexivo, quase inexistente em programas por aí, seja rádio ou TV. Denise começou a falar sobre a problemática de vivermos em um mundo extremamente individual, onde as pessoas com seus I-Pods ficam reclusas a si próprias, sem querer interagir com outros seres, sejam eles humanos ou não. Contou que há alguns que chegam ao teatro para ver sua peça com fone no ouvido.... detalhe: acompanhados!

Outro dia, conversando com um dos executivos principais da empresa onde trabalho também esbarramos neste assunto. Ele contava sobre sua viagem de negócios à Índia, um país extremamente diferente do nosso, em diversos sentidos, melhores e piores. Um deles era o de que as pessoas por lá (e talvez em outros países do Oriente) conservem esta coisa do coletivo, do pensar no outro, da continuação da energia. Talvez por isso estes países estejam crescendo tanto, se desenvolvendo de tal forma que atropelam as nações individualistas como as do lado de cá.

Juntei Denise com o executivo e cheguei à conclusão de que, realmente, um dos maiores males do nosso mundinho é querermos que o mundinho seja só nosso. Não que deva haver um socialismo ou coisa que o valha, mas pelo menos o se importar com o outro já basta, pensando na continuidade e consequências de seus atos. Não dá para ignorar o outro, seja para o bem ou para o mal.

Não podemos nos fechar em bolhas, individuais e egoístas. Até porque isso é impossível! Somos uma só coisa, tudo matéria interligada. Budismo e física quântica que o digam!

Doe-se quando achar que é preciso e suma quando tb for necessário tomar um ar. Ofereça-se, exponha-se, importe-se, mude, feche-se. Mas interaja, sempre. Isolar-se é apenas um auto-engano, não estamos sozinhos.